A ex-governadora Yeda Crusius (PSDB) prestou depoimento, por meio de videoconferência na segunda-feira, à Justiça Federal de Santa Maria. A tucana, no depoimento, que durou 50 minutos, afirmou que não tinha conhecimento de qualquer fraude envolvendo o Detran gaúcho. Yeda, que estava em Porto Alegre, usou óculos escuros e justificou o acessório em função de uma operação que fez na retina. Ela foi arrolada como testemunha do réu José Antônio Fernandes, dono da Pensant Consultores, considerado o mentor do esquema que teria desviado R$ 90 milhões do órgão (em valores atuais).
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A política, que tem formação em Economia, reiterou que foi na gestão dela que se criou o "novo Detran". Ela explicou que se trabalhou para viabilizar um departamento com maior autonomia. A ex-governadora enfatizou que soube da troca de fundações para elaborar os exames teóricos e práticos para a carteira de motorista, mas teve apenas uma relação institucional com os representantes da fundação. Ela também negou ter tratado de assuntos referentes ao Detran com José Antonio Fernandes ou com o ex-reitor Paulo Sarkis.
Ex-governadora Yeda Crusius é mantida ré em ação da Operação Rodin
A ex-governadora disse que, ao fim da sua administração, o preço da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) seguia sendo em conta.
O preço da carteira, hoje, é muito alto. Quando saí, não deixei assim afirmou Yeda.
Sobre as nomeações
Yeda foi questionada pelo Ministério Público Federal (MPF) se foi responsável pela nomeação de Flávio Vaz Neto, que foi diretor-presidente do Detran na época em que foi deflagrada a Operação Rodin. Ele foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão. Yeda disse ter nomeado Vaz Neto para a função e justificou:
Ninguém era nomeado sem ficha. Era o que hoje se fala em ficha limpa. Ele tinha referências e importantes serviços prestados. Aceitei as indicações e as assumo.
Tribunal julgará recurso da defesa de Yeda Crusius
Ainda que sem fazer referências a nomes, a tucana fez críticas às recentes gestões do Piratini. Ela disse que, ao deixar o governo, em 2010, havia dinheiro em caixa. Yeda destacou o superávit financeiro de sua gestão.
Outros depoimentos referentes às duas ações de improbidade administrativa, uma da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e outra do MPF, serão retomados em julho.
O vaivém da tucana na ação de improbidade
Yeda Crusius segue como ré na ação de improbidade administrativa da operação Rodin. A decisão foi de abril deste ano e é do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
Em outubro do ano passado, o TRF da 4ª Região havia anulado a inclusão da ex-governadora. Como o TRF havia dado prazo para que a Justiça Federal reexaminasse o caso, o juiz Loraci Flores de Lima decidiu, em dezembro do ano passado, pela inclusão de Yeda.
O recurso foi movido pela defesa de Yeda, contra a decisão de primeira instância que a incluiu como ré no processo de improbidade administrativa. A ex-governadora será julgada na esfera cível pelo suposto envolvimento no esquema. O processo corre em segredo de Justiça.
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